sábado, 19 de setembro de 2009

Ela chora, será que choro também?


Jogada num canto escuro do quarto ela chora.
Chora porque fez as escolhas erradas;
Porque deixou pra trás as ideias que devia por em prática;
Porque escolheu os caminhos que seu coração apontava, e foi com sede realizar seu sonho;
Porque pensava que era sua, a decisão, sua felicidade, seus ideais, e que os outros deviam apoia-la;
Doce ilusão, ela esqueceu que a independência real inexiste ;
Não contaram para ela que ser feliz é uma utopia;
Que a vida cobra a conta por tanta ingenuidade;
Ela se sente só, porque acaba de aprender que no coletivo, sempre há o solitário.
Seus sonhos foram destruídos, e essa não é a primeira vez, e provavelmente não será a ultima;
Chora sozinha, com medo de confessar até paras paredes a sua dor;
Não quer importunar; Queixar-se?Pra que?Pra ser taxada de fraca, covarde, pessimista, lamuriosa?
Me pergunto se em frente a problemas difíceis de resolver não somos todos assim;
Olha para os cantos, e se percebe observada;
Olha pra mim com olhos tristes, pedintes, me rogam algo que ñ posso oferecer;
Seus olhos me rogam consolo;
Olho de volta pra ela, com olhos de súplicas, pedindo perdão;
Olho pra ela, e de novo, e de novo, não consigo não olhar;
Olho pra ela com pena?Com com carinho?Piedade?Não sei dizer;
Queria muito, na verdade, olhar pra ela e não me ver.