terça-feira, 5 de abril de 2011

Pintei um quadro.
Cultivei um jardim.
Acreditei num sonho.
Voei num lindo avião cor de nuvem.
Minhas tintas derreteram por sobre a tela, e eu não consegui manter meu desenho.
Plantei rosas, e com seus espinhos furei meus dedos, que jorraram sangue até mais não poder.
E no meu sonho dantesco, eu viajei, me perdi, me iludi, eu acreditei que realmente fosse possível.
Cai do meu vôo, despenquei na relva, sem dó ou piedade, e hoje, desacredito por completo a aviação.
Me iludi, sei que a culpa é minha, esperar o sí, dos outros é impossível, e esse pecado eu vivo a cometer.
Pintei o retrato do amor perfeito, sem saber que nem a flor, é tão perfeita assim.
Minhas rosas murcharam, após o contato diário, elas não resistiram a realidade, por que elas não eram reais.
Sonhei. E como não faço isso com frequência, perdi a prática, e não consegui assegurar a base do meu sonhar.
E por final? Meu aviãozinho de papel caiu. Desmoronei com ele.
Derramei hoje as lágrimas de ter me iludido, verti a dor em lacrimar e a isso me dediquei.
Não culpo ninguém além de mim, pois eu imaginei, que seria como nas minhas doces imaginações de outrora.
Não é. Não será. Talvez, revendo com calma, me dê conta de que nunca foi.
Minha inquisição agora é, Será que eu saberei lidar com essa tal realidade?

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Um pedido silencioso.

Quando sua dor sobrepõe todo resto.Quando as tentativas de matar a saudade não são suficientes, por pouco tempo, ou só porque elas são feitas repletas de ineficácia.
Arraigado de lágrimas, fechando os olhos, eu peço.
Peço com o que resta de força a um coração dilacerado, que não aguenta mais.
As lamúrias estão maiores, mostram-se em demasia, ainda que silentes.
Todos os sentimentos se confundem, e sente-se definhar.
Me pergunte o que eu sinto e eu digo, me sinto fraquejar.
Aguento tudo menos a solidão, e nunca me senti tão só a dois.
Você não entende, não enxerga o quanto tem doido.
Em contrapartida, escondo as olheiras, as lágrimas, as desilusões, os pesadelos que tornam-se realidade.
Ouço os pedidos impossíveis sendo feitos, ai de mim, sou mortal de carne e osso como tu, não entendes?
Não sei não sofrer com a falta que me faz você.
Ainda que digas de novo e de novo, que não é seu querer, que não é o que querias, que logo passa. Veja, eu pago minha conta, e ela no momento é alta demais,  mas todos pagamos a nossa cota não é?
Espero ter forças pra pagar a cota que me é devida.
Mas essa noite, só essa noite me deixe fazer meu pedido silente, não me maltrate mais, já derramo todas as lágrimas que tenho, não posso lacrimar sangue, só por não haver um meio possível.
Só essa noite me oferte o colo ofertado, e negado, e a promessa não cumprida. Não desampare tanto, proteja-me das vozes do mundo, que dizem pra mim a todo segundo que você me deixou.
Na minha cabeça a razão diz, calma, tudo logo passa. Eu digo: Vá em frente, diga isso ao meu coração.
Não tenho mesmo a tal escolha. Pra mim, só resta deitar, chorar, e esperar passar.
Por deus que passe logo.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

30

De cor, intensidade, de constelações e de viés uma sexta como outras.
Do furor da descoberta, do reencontro, do apego, do gosto e do desgosto.
De enjoar, de desejar, do entristecer, da incerteza.
Do não saber, da simetria louca de esperar.
De lacrimar, que há tempos tem sido certeza e pureza também será.
Do sorriso, que tem sido tranqüilidade, presença e aplaca sempre os maus sentimentos.
De querer que assim seja, como o mal- me- quer e o bem- me-quer, que seja como o maldizer bendito, da companhia pra todo sempre e pra alma.
Do desejo, que 14 sejam 12, sendo 10 chegando a 8 pra ser 6 que seria 4 quando for 2 e que finalmente, você esteja em meus braços.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Hoje eu me reservo.

Hoje eu me reservo ao direito de ser insegura, imatura, idiota.
Me reservo ao direito de sentir ciúme, e ligar para os meros detalhes.
Reservo-me a dor de não ser compreendida, ou  aceita.
Me reservo ao direito de não cooperar.
Reservo - me ao direito de não ser compreensiva, e culpar, com os devidos motivos, os verdadeiros culpados.
Me reservo ao direito de chorar as minhas lágrimas de saudade embebidas na vontade de uma trégua, e de consolo.
Reservo-me ao direito de não ser a filha perfeita, a amiga perfeita, a empregada, estudante ou namorada perfeita.
Sobretudo, hoje e só hoje, eu me reservo ao direito de ser eu, ainda que esse eu, não sirva pra você, por que todos os meus erros também fazem parte de mim.





I'm not coming back
(Forgive me)
I've done something so terrible
I'm terrified to speak
(I'm not calling, I'm not calling)
But you'd expect that from me
I'm mixed up, I'll be blunt
(You're driving me crazy)
Now the rain is just washing you out of my hair
And out of my mind
Keeping an eye on the world
From so many thousands of feet off the ground
I'm over you now
I'm at home in the clouds, towering over your head

Remembering Sunday - All Time Low

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Turbilhão.

De sentimentos, de desacertos, de não saber.
Dos sorrisos, das mudanças, do querer;
Da tristeza, na dor e na alegria.
Do profano, ainda que digno, do desesperar.
Perdido e sem freio, na curva ou no meio, eu volto a vagar.
No peito o amor, na cabeça a incerteza, nos olhos a lágrima volta a rolar.
Nos pés a sandália, uma blusa, uma saia, e o serpentear.