Pintei um quadro.
Cultivei um jardim.
Acreditei num sonho.
Voei num lindo avião cor de nuvem.
Minhas tintas derreteram por sobre a tela, e eu não consegui manter meu desenho.
Plantei rosas, e com seus espinhos furei meus dedos, que jorraram sangue até mais não poder.
E no meu sonho dantesco, eu viajei, me perdi, me iludi, eu acreditei que realmente fosse possível.
Cai do meu vôo, despenquei na relva, sem dó ou piedade, e hoje, desacredito por completo a aviação.
Me iludi, sei que a culpa é minha, esperar o sí, dos outros é impossível, e esse pecado eu vivo a cometer.
Pintei o retrato do amor perfeito, sem saber que nem a flor, é tão perfeita assim.
Minhas rosas murcharam, após o contato diário, elas não resistiram a realidade, por que elas não eram reais.
Sonhei. E como não faço isso com frequência, perdi a prática, e não consegui assegurar a base do meu sonhar.
E por final? Meu aviãozinho de papel caiu. Desmoronei com ele.
Derramei hoje as lágrimas de ter me iludido, verti a dor em lacrimar e a isso me dediquei.
Não culpo ninguém além de mim, pois eu imaginei, que seria como nas minhas doces imaginações de outrora.
Não é. Não será. Talvez, revendo com calma, me dê conta de que nunca foi.
Minha inquisição agora é, Será que eu saberei lidar com essa tal realidade?
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