sábado, 30 de outubro de 2010

C'est la vie ...

Quando eu nasci, o tal anjo roto que vive por ai a predizer destinos, disse:


Vai ser mais uma a sofrer por e  nesse  mundo afora. 
Vais ser revoltada, maluca, apaixonada, fiel, uma sentimental incorrigível, e vai  ser desentendida.


Foi praga, ou até mais.


E lacrimejo, e me revolto, não coaduno, não me calo.


Faço barulho, não pra ser notada, mas por não me conter.


Sinto doer, todos os males da humanidade na minha alma.


Penso sempre mais no mau, suponho, pressinto, e acerto.


Odeio acertar.


Sou teimosa, desprovida de ego, ou amor próprio.


Infelizmente amo mais os outros, do que a mim.


Será que muda? Será que passa? Não passa.


Ao passo que nada passa, milésimo que nunca corre, e eu a divagar, devagar.


Batimentos acelerados, pela repetição dos erros.


Coração em desalinho, mesmo que nunca tenha sido alinhado antes.


Cabeça lateja, sal no rosto, e ainda sim nada adianta.






E não explico nada disso, nem sei se quero ou devo.





terça-feira, 12 de outubro de 2010

Detalhe.

"Sendo forte, ainda, para te fazer pensar que pensar é só um detalhe."


Esses arroubos, esses devaneios, são os piores, atiçam, e despertam o melhor e o pior de mim.


Eu me privo, eu me freio, me contento, ou pelo menos tento me contentar, mas existem dias, ah, aqueles dias, e ele parece fazer questão, adivinhar, ele dá um jeito, está sempre lá.


E as ondas são mandadas, de novo e de novo, me permeiam, me perpassam, e espalham-se, interagem com outra gama de instintos despertados hoje, e sorrir não é o suficiente.


Resistir não é o suficiente, principalmente quando não se quer.


É esse tal detalhe, o racional, o equilibrado, o tal "Deus te dê juízo" que minha mãe diz todos os dias, que barra.


Suprime os meus ímpetos, é a tal linearidade, que finca pés no chão, e que me faz refletir.


Ah como seria bom, se ás vezes, e só ás vezes, ser só emoção.


Esse tal detalhe, me faz sempre pensar, que talvez eu devesse mesmo, me entregar.

domingo, 10 de outubro de 2010

Melhor lugar.

Ele tem meu molde, o meu encaixe.
Me enlaça pra me prender, 
no  exato momento em que perco-me desprendendo- me de mim.
No toque, no suspiro, no arrepio
E ao final eu sinto, que nunca quis nada além dele.
No beijo, no olhar, ele me devora,
Inspira, me faz respirar, tira o fôlego que eu não tenho
Deseja, e se faz desejar
"Passeia sua boca em mim até me calar"
Mesmo sendo errado, mesmo contra lei,
Me sinto dele, de mais ninguém
Os meus instintos me dominam, não consigo mais sublimar
Sendo forte o suficiente pra me fazer pensar,
Que não quero, ou quis, em momento algum, outro lugar.